terça-feira, 4 de junho de 2013

Novo álbum do Black Sabbath é uma aula de Heavy Metal


A reunião e produção de um novo álbum do Black Sabbath depois de tantas décadas foi anunciada dia 11/11/2011, mas apenas agora pudemos checar o álbum na íntegra, que graças a Deus não foi cancelado.


Depois de tantos anos desde o final da era Ozzy no Black Sabbath, era impossível que o álbum soasse como os antigos, olhe por quantas mudanças esses artistas passaram nesses 30 anos. Ozzy assumiu mais identidade na sua carreira solo, Geezer e Tony fizeram diferentes trabalhos, e a música externamente também passou por mudanças. Então acho que já podíamos esquecer de ouvir outro Black Sabbath, outro Paranoid ou Sabotage, isso não aconteceria, sem falar que não dá pra repetir um álbum, só copiá-lo miseravelmente, você não concorda comigo?


Bem, vamos pular os problemas que todos conhecem, Bill Ward, câncer do Tony e ir direto ao resultado que é a novidade. As 3 primeiras músicas do álbum já haviam sido liberadas: End Of The Beginnong, God is Dead? e Loner já haviam sido tocadas ao vivo. As duas primeiras são extremamente longas, e deixam clara a forçação do álbum. Inegavelmente eles não estavam inspirados com algo novo, mas queriam fazer esse álbum, então trouxeram o que os fãs do Black Sabbath esperariam. Trouxeram o sombrio de volta, as músicas com 8 minutos de duração. Mas principalmente em God is Dead? dá pra notar competência da banda, há riffs característicos da banda, e as letras tem um grande significado, trazendo novamente a imagem crítica social do Sabbath, algo muito bom de Butler não ter perdido em suas letras.


A terceira música, Loner, é mais levinha e mostra que apesar de terem se focado em mostrar o que os fãs querem, a banda também não se prendeu, e fez músicas mais leves, mas o ritmo é alucinante da mesma forma, e é nessa terceira música que você nota se tratar de um álbum que ficará cheio de grandes músicas de heavy metal, que é o que queríamos. Há nada nesse álbum que seja como músicas da era Iron Man da banda, inclusive porque ninguém volta ao auge, por isso que ele é o auge, eu realmente acho que esse tipo de desapontamento (que algumas pessoas disseram ter) é estúpido.


Com a quarta faixa, Zeitgest, fica claro como mesmo sem algum surto mágico de inspiração os caras não se prenderam e foram criativos. É uma música sombria e lenta, uma música que você não esperaria que o Sabbath fosse fazer a essa altura. Em certo ponto a coisa fica séria, e com músicas como Dear Father, Damaged Soul e Live Forever você dificilmente não estará satisfeito com o álbum. As músicas são muito boas, alguns destaques:

Tony Iommi, o eterno solista: A guitarra é impressionante e os solos de Iommi estão insanos como nunca deixaram de ser. Os riffs são ótimos, em todas as músicas ele não decepciona. O provável último trabalho de Iommi está muito digno.

O baixista que chama atenção: Talvez o que chama mais atenção na banda é Butler. O baixista costuma ser o cara esquecido em muuuuitas vezes, mas no Black Sabbath o baixo sempre teve atenção, Butler perdeu nem um pouco o jeito disso, em todas as faixas o baixo não é tímido, pode ser ouvido com tanta clareza quanto a guitarra. Baixistas de todo canto estão elogiando o seu trabalho nesse álbum.

Ozzy, um pouco decepcionante: É claro que Ozzy não cantaria como antigamente, compare Wizard com No More Tears, ele aderiu a outro estilo de canto na sua carreira. Sendo assim, todas as músicas tem uma certa influência da carreira solo de Ozzy, o que pra mim tem absolutamente problema nenhum. O problema é que Ozzy deixou a sua característica humanidade de lado, o que era tão legal nas músicas. Nesse álbum ele não canta muito como se vivesse aquelas coisas, parece mais que ele é um observador místico, chego a preferir a forma que ele canta as músicas ao vivo, soa mais natural, e é sempre com o tom do vocalista que você identifica o lado humano da música. 


Brad Wilk não ficou parecido com Bill Ward, o que é impossível, até hoje não vi um caso desses, mas ele tocou de forma excelente mesmo assim. Então, soa como o Sabbath antigo? Não! Mas é bom? Sim! Muito! É um Sabbath atual, moderno e modificado, mas continua sendo o Sabbath, pelo tom, as letras e a qualidade inabalável. Dou 8,5 sem medo para esse álbum, os velhinhos foram em frente sem medo. O melhor de tudo é como o álbum termina com os trovões e sinos da antiga música Black Sabbath. 13 foi um disco de muita atitude e qualidade, como eu disse, uma aula de heavy metal dada por seus 3 mais antigos mestres: Ozzy, Geezer e Tony.

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