quinta-feira, 10 de julho de 2014

10 histórias que me tornaram uma pessoa diferente


Por trás de toda história há uma (ou mais) pessoa que a criou querendo te passar uma mensagem. Às vezes a história é feita só pra vender e render dinheiro, mas essas não costumam ser das melhores. Captando a mensagem você fica pronto pra mudar o seu ponto de vista, só depende da argumentação do cara que tá por trás da narrativa. Agora vou listar algumas vezes que isso aconteceu e eu não me esqueci.

10-Um Estranho no Ninho


Acho que continua sendo o meu filme preferido. Mostra vários atores lendários ainda no início de suas carreiras: Denny Devitto, Jack Nicholson, Christopher Lloyd. Todos em um manicômio. O filme realmente te leva pro universo dos carinhas, até que um pequeno toque de "mundo real" faz toda a diferença. Eu não tinha do que reclamar depois que o filme terminou.

9-Glee


Todo mundo odeia Glee. E se tem um cara que é bem familiarizado com ódio, esse cara sou eu. Mas eu adorava a primeira temporada de Glee. Histórias adolescentes não costumam me alegrar, é sempre uma puta futilidade, mas no caso dessa série eu tinha a impressão que era tudo muito mais realista com momentos de nonsense e humor negro pra garantir que eu realmente não conseguiria parar de assistir aquilo. Assim foi pela primeira temporada, já que depois foi tudo por água a baixo. Era bem pesado em vários momentos, e eu sempre senti o colégio como um ambiente pesado, em diferentes aspectos. A série mostrava tantos tipos de diferentes de pessoas e como elas não tem um lado só, só o que a gente vê. Muitos episódios me surpreendiam e eu acabei me tornando um cara muito mais tolerante e compreensivo à diferenças. Além disso a Sue Sylvester, premiada personagem da Jane Lynch, se tornou eternamente uma das minhas favoritas.


8-Shrek


Quando vi Shrek já tinha visto uma pancada de desenho, e um detalhe inocente que acaba passando reto é que quem fica feliz para sempre no final do filme sempre acaba se tornando um herói ou realeza. Não foi o caso de Shrek, no final ele, Fiona e Burro ficam felizes sendo eles mesmos, uma mensagem que ficou ainda melhor reforçada no segundo filme. A partir daí notei que grande parte do que eu tinha assistido era meio superficial, mesmo que sem querer. Acho que tem nada mais importante do que estar bem do jeito que é.

7-A Piada Mortal


Esse é por uma razão parecida com "Um Estranho no Ninho". Eu não brinco quando digo que em um mundo estranho como esse em que vivemos chamar uma pessoa de louca não faz sentido algum e como já diz o Coringa "(...)e quem pode culpá-los? Num mundo psicótico como este... qualquer outra afirmação seria loucura!". É um monólogo muito convincente do Coringa de como um homem ficar completamente insano feito ele é questão de "um dia ruim". Eu passei a ver tudo assim, como essa balança delicada que pode modificar as pessoas completamente. O Coringa me convenceu, o que eu posso fazer?! Mas quem também me convenceu foi o Batman quando diz no final que "Talvez pessoas comuns não quebrem à toa. Talvez as pessoas não precisem ficar caídas no chão só porque levaram um tombo."

"Fazendo? Você está fazendo o que qualquer homem são nas suas circunstâncias faria. Você está ficando louco."

6-Reino do Amanhã


Um dos gibis mais incríveis que já vi. Pega todos aqueles personagens da DC que povoaram a sua infância e os coloca em um futuro de crise social e moral. A Trindade da DC (Batman, Superman e Mulher-Maravilha) tem que fazer escolhas muito difíceis na trama que apesar de envolver uma dezena de super seres consegue ser bem envolvente e realista. Todos os personagens, mesmo os supers, são apresentados de forma extremamente humana. Passa uma imagem que todos aqueles heróis por dentro não são de aço, ao menos não mais do que nós mesmos. É inegavelmente emocionante.

Mulher-Maravilha, Superman e Batman

5-Breaking Bad


Exemplo mais recente. A história do Walter White é de um cara normal que resolve transformar a sua vida em uma loucura por escolha própria. E por que? Da forma que fica claro com uma das várias mensagens que são passadas na série: "Live Free Or Die" que está escrito na placa do carro do protagonista. Walter White é mais normal do que qualquer homem normal, ele parece até o Flanders do Simpsons. Quando bate a crise existencial (das fortes...) ele perde a porra da linha! Ele se torna um cara mal! E você mal percebe! Porque pelo ponto de vista que a história é contada, tadinho dele! Ele é o Walter White! Ele não apreciava a vida, por isso entrou no negócio radical das drogas. E como você pode culpá-lo se está fazendo algo por si mesmo, hum? O que é mais importante no universo do que você? Longe de ser uma série policial, eu diria que BB é uma série sobre escolhas. E no final não poderia ter sido melhor...

"Eu fiz por mim mesmo. Eu gostei. Eu era bom nisso, e eu realmente... eu estava vivo."
Acho complicado acusar um homem por querer... viver, pela perspectiva dele.

4-Metal Gear


O jogo de guerra com mensagem de paz. Metal Gear é uma série de jogos com o enredo aumentando e aumentando há mais de 25 anos. Cada título é ENORME. O produtor Hideo Kojima pega as melhores teorias da conspiração e deixa de plano de fundo para os seus brilhantes personagens atuarem. No fim nunca deixa de haver uma mensagem pessoal do produtor sobre... tudo! A vida, as coisas que realmente importam. Família, ideais, filosofia, crenças, controle, é a melhor coisa do mundo. Todo mundo sai diferente depois de jogar Metal Gear só com a quantidade de coisas que você APRENDE. Apesar de poder ser difícil e cansativo, no final é sempre recompensador captar a mensagem da grande aventura.

"Ache algo em que acredita. E ache por si mesmo. E quando você tiver achado, passe para o futuro."

"A vida não é só sobre passar os nossos genes. Nós podemos deixar pra trás muito mais do que o DNA. Por meio de discurso, música, literatura e filmes... o que nós vemos, ouvimos, sentimos... raiva, prazer e tristeza... essas são as coisas que eu passarei. É para isso que eu vou viver."
Muita gente prefere não pensar, mas Metal Gear me reafirmou a ideia que faz todo o sentido passar bastante tempo pensando na função/significado da vida. E é um jogo de videogame :)

3-Trilogia Batman


Desde SEMPRE que eu me divirto com histórias de super-heróis. Era a literatura mais complexa e profunda que eu conseguia absorver quando criança.  Aliás, o meu primeiro gibi (dos Vingadores) eu nem sabia ler ainda, minha mãe que leu pra mim. Ou seja, eu "lia" gibis antes mesmo de saber ler, hehe. Mas foi só com a trilogia de filmes do Batman dirigida por Christopher Nolan que me ficou explícito o significado básico do super-herói. Um sujeito tentando fazer a diferença. E no final os três filmes se trataram disso, o mesmo tema. Ele sobe para fazer parte do ideal (Begins), depois vem dificuldades fortíssimas que quase o derrubam (Coringa, Bane) e por fim o Batman morre deixando o mundo um lugar melhor, como ele sonhava. Achei extremamente inspirador, como fica claro no blog, sou apaixonado pelos filmes.

"Um herói pode ser qualquer um, até um homem fazendo algo simples como colocar o casaco nos ombros de um garoto para ele saber que o mundo ainda não acabou."

2-Watchmen


A graphic novel de Alan Moore e Dave Gibbons é monstruosa, pesada e complexa. Mas além dos temas políticos e científicos, o que me deixou pensando depois de ler foi a parte filosófica. A bendita frase indiferente do Dr. Manhattan: "No fim? Nada termina, Adrian, nada jamais termina". Eu fiquei bobo, parecia que as cores de tudo tinham mudado. Eu me senti tão calmo pra pensar no assunto. Watchmen é TÃO sincero quanto ao mundo em que vivemos, tanto o inegavelmente considerável pessimismo de Rorschach até as revoltas divinas do Dr. Manhattan, que não dá pra deixar de encarar a realidade com outros olhos. Ao menos foi o que aconteceu comigo. Quero dizer, são tantas coisas fora do nosso controle, até onde vale a pena fazer sacrifícios para tentar mudar esse cenário complicado e aparentemente irracional?


1-V de Vingança

"Você achou que ia me matar? Não há carne ou sangue por baixo dessa toga para matar. Há apenas uma ideia. Ideias são a prova de bala. Adeus."

Ok. Dá pra notar que o Alan Moore é meu autor preferido. Eu simplesmente não sabia o que era Anarquia até ler V de Vingança. E DEVIA SER TÃO ÓBVIO. A verdade é que antes eu já tinha ouvido o termo uma vez ou outra (e sempre gostei da forma que soava, pensando bem, hehe), mas não fazia ideia do que se tratava. E Alan Moore mostrou tudo muuuuuuuuito bem. Na escola eles nunca soltaram um pio sobre Anarquia, aliás sobre Política. Mas agradeço por terem me explicado Bhaskara... valeu... Bem, eu não tive nem que pensar pra aderir o ideal anárquico. Qual é o sentido em qualquer outra coisa? Deixar que tomem controle da sua vida sabendo que é um plano que já não vai funcionar? Como disse o próprio Moore, é óbvio que 0,000000000000000001% da população cuidando de 99,9999999999999% jamais vai dar certo. É ridículo. Como deixam isso rolar? Espero que não dure muito mais. Inclusive fico bem desapontado vendo essas pessoas usando máscaras do "V" na rua dizendo que exigem um governo melhor. Tem é que ter governo NENHUM! E apesar de ser um terrorista, o protagonista se encaixa na imagem de super-herói, sendo um sujeito que se dedica a um ideal para quase sozinho fazer a diferença. Bravo!

"Você é, tipo, louco?"
"Estou bem certo que é o que eles dirão."
Menção honrosa

Ozzy Osbourne


É o homem que usou mais drogas e sobreviveu na história da humanidade. Cientistas inclusive mapearam os cromossomos dele para descobrir qual é a peculiaridade genética que permitiu a esse homem saído da miséria de Birmighan sobreviver e representar o heavy metal por tantas décadas. Existem vários roqueiros que se entupiram de drogas. Muitos morreram. Mas a sobrevivência de Ozzy Osbourne não foi em vão e toda vez que vejo uma nova performance ou trabalho dele continuo impressionado.


Tem tantos que foram até os limites da sobrevivência como Ozzy, mas ele é um dos pouquíssimos que sobreviveu. Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Bon Scott, Jim Morrison. Todos foram embora extremamente cedo. A sobrevivência de John Michael Osbourne não foi em vão. O cara não se orgulha, mas também não se envergonha, e é o único caso que eu conheço de um cara como ele que faz músicas contra as drogas e sobre dar valor a vida. Coloco como uma história que eu conheci, pois muitas músicas do Ozzy falam intimamente dele mesmo, então aos poucos você acaba conhecendo a história da vida dele. O álbum "No More Tears" é quase biográfico, não é por nada que é o meu preferido.



Tanto que ele poderia ter afogado fora no álcool e na LSD, mas ele resolveu salvar a benção com a sua carreira incrível de heavy metal, hoje quase aos 70 anos dando tudo de si em shows. É o meu exemplo vivo favorito de lenda. E não só isso, ele ainda perguntou "who the fuck is Justin Bieber?". É o melhor.



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7 comentários:

  1. Gostei muito da sua lista, e obrigado por ter feito listas q eu te pedi, vlwzao man. :)

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  2. Quando eu vi o titulo a primeira coisa que eu pensei foi em Watchmen.Como sempre,gostei do post mas acho a sua visão de anarquia meio...precipitada.Claro que a Anarquia não é o horror que as pessoas fazem parecer,na verdade ela é boa.Mesmo assim não é melhor ou pior do que o governo.São apenas sistemas politicos diferentes.Vou deixar os dois maiores defeitos dos 2 sistemas:

    Governo:Pouca gente no controle.Se decidirem explorar o povo para ganho proprio,o pais enteiro sofre.Ex:O Brasil atualmente esta cheio de poderes devido a isso(não estou atacando o PT,só dando um exemplo)

    Anarquia:Requer muita colaboração e organização.Só da certo se fizermos dar certo e quase sempre é mais complicado.
    Ps:Não estou defendendo nenhum sistema politico apenas colocando os detalhes que não foram postos no post.Sei que você sabia disso então considere um "complemento" para aqueles chatos que vão ver o post e dizer que você não deu argumentos(assim ele verão os comentarios e saberão que isso já foi dito)
    Ps2:Meu comentario ficou muito grande mas fazer o que?
    Ps3:Consegui comentar!Mas ainda estou com problemas então por mais um tempinho posso ficar sem comentar mas isso já esta acabando.

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    1. Anarquia é uma coisa utópica, seria injusto e impossível deixar as pessoas que hoje não tem acesso a um livro tomarem as rédeas das suas próprias vidas. Tenho consciência disso. É algo que não rola da noite pro dia, mas eu acho que as pessoas deveriam começar a considerá-la. As consequências de pouca gente no controle já são uma realidade: 80% do planeta é miserável e muita gente trabalhadora com dinheiro ainda tem depressão. É claro que precisamos ser administrados, mas é diferente de ficarem lhe dizendo o que aprender, pensar e fazer.

      P.SSSSSSSS.: Vlw pelos comentários sempre, hehe ;) E pelo campo de força contra comentários "chatos", rsrsrsrs.

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  3. Gostei muito do post. Gosto tanto do seu blog quanto você gosta dos filmes do Batman. Meu autor predileto não é tão famoso ( não ainda, mas isso faz parte do destino dele), ele é muito talentoso e "toda vez que vejo um novo trabalho dele continuo impressionada".

    O texto está muito bom e posso imaginar sua mãe lendo gibi para você, e você pensando que adorava fazer aquilo.

    Se eu fizesse um post de "10 histórias que me tornaram uma pessoas diferente", você e seu blog estariam entre elas....

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  4. Só mais uma coisa, você escolheu imagens e frases (que estão nas legendas) perfeitas para o texto. Você é tão bom quanto o Alan Moore, ou quem sabe, é melhor.

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    1. Ah tá, uhum, claro... de qualquer forma, muito obrigado, kkkk.

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