segunda-feira, 28 de julho de 2014

Planeta dos Macacos: O Confronto = qualidade e ponto final


Em 1968, o filme "Planeta dos Macacos" vinha marcar a história do cinema com uma trama curiosa que no fim te desferia um belo chute na barriga. Nessa distante época (antes mesmo de Star Wars) o filme já te colocava em um ambiente pronto e estabelecido, sem que você consiga entender muito bem o que aconteceu enquanto uma história meio apocalíptica se desenvolve. O sucesso foi tanto que se disseminou por quadrinhos, uma série de TV, jogos de videogame, desenhos animados e muitas mais continuações do primeiro filme. Décadas e décadas depois veio "Planeta dos Macacos: A Origem", em 2011. Dessa vez se passando no nosso próprio cenário atual, o filme mostra César desenvolvendo seu cérebro em nível crítico e intelectual, levando ao segundo filme que ajuda na conexão à antológica saga de "Planeta dos Macacos".


Esse filme se diferencia da maior parte dos outros que tem dado grandes bilheterias nos tempos atuais. Ele se foca em contar a sua história. Sem explicações desnecessárias, piadas desnecessárias, sexo desnecessário, sangue desnecessário. O essencial à experiência do filme é constante. Há uma brevíssima explicação do que aconteceu do primeiro para o segundo filme (se passaram alguns anos), e depois já se inicia a história dos macacos que estão dominando a América depois da infestação do vírus que matou a maior parte dos humanos. Como aparece nos trailers, o macaco César com a ajuda de seus amigos conseguiu construir uma pequena civilização organizada de macacos. Ele tem uma família e já desenvolveram lanças, comunicação, educação, dominaram cavalos e etc. A trama se inicia quando um ser humano entra em contato com eles. Sabendo da presença um dos outros, os dois grupos se questionam como lidar com isso, já que os homens precisam religar uma fonte de energia que está na área dos macacos.


O líder César é o protagonista do filme e está muito mais presente do que no último. O ator Andy Serkis desenvolveu a atuação do personagem maravilhosamente, agora não sendo mais um jovem macaco assustado, mas um forte e sábio líder. No filme César se estabelece tranquilamente como um dos melhores personagens do cinema atual. O ator que fez a captura de movimentos de grandes ícones da cultura pop como King Kong e Smighoul agora trás o seu melhor com "Planeta dos Macacos: O Confronto". Esse é o momento de saudar Serkis mais do que nunca.

Na verdade esse foi o filme com mais personagens feitos com capturas de movimento na história. São um monte de macacos e o recorde foi bem batido. Além de Serkis há uma infinidade de outros atores que fizeram um trabalho de ponta, como Gary Oldman (Comissário Gordon, Sirius Black) que faz o extremamente humano, Dreyfus, líder da resistência. O filme é impecável em seus efeitos, atuações, direção, roteirização, fica difícil dizer se alguém nessa incrível equipe realmente consegue roubar a cena do outro.

A trilha sonora é toda clássica e impecável com uma música que vai acompanhando as reações dos personagens e as situações de uma forma que lembra filmes mais antigos. Conforme a trama desenvolve o conflito entre os primatas e os humanos, vai sendo feito aquele paralelo da história da própria humanidade como sempre é feito em obras como Nárnia e na própria Bíblia Sagrada. A ideia de uma terra maravilhosa que se torna um inferno até levar a um incansável fim dos tempos, sempre persistente em crenças e na literatura. Nisso vão sendo julgados egoísmo, confiança, esperança, vingança, mentira, amizade, traumas, sonhos e vários outros temas que são bombardeados freneticamente na sua cara enquanto o filme avança.


É uma montanha-russa de emoções que se torna cada vez mais intensa conforme se aproxima do final, que é muito, muito, muito, muito mais do que satisfatório. Depois de tantos anos eles conseguiram usar a mesma mitologia com uma trama grandiosa e sem refazer o filme antigo! Mas contando uma história nova! Não tinha como um Planeta dos Macacos atual ser melhor. Inovou ao mesmo tempo que respeitou o seu histórico. É tudo sempre tão relevante a imagem geral que você não consegue se desconectar do filme por muito tempo.


Hoje mesmo em um post eu escrevi sobre como há histórias de ficção científica estúpidas e como há outras extremamente geniais. O novo Planeta dos Macacos define seu lugar no segundo grupo com imensa tranquilidade. Seria até compreensível um filme cheio de macacos ser idiota, mas meu amigo, não subestime esse filme aí não. Fica difícil prever o que será do próximo (já anunciado pra 2016) conforme eles vão se aproximando do original. Esse me surpreendeu tanto, se não mais, quanto o primeiro, se continuarem assim, estará ótimo. É uma obra genial para todos os públicos e forte concorrente a melhor filme de 2014.


3 comentários:

  1. Esse filme foi simplesmente foda.Tudo acontece de forma fluida e apesar de ficar meio parado as vezes ficou fodão.Esse e o primeiro(origem) estão entre os melhores filmes que eu já vi na mina vida.
    Ps:Não vi o original então não posso comparar.

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  2. Douglas, sem me referir ao filme, mas que post é esse? Sem dúvidas poderia ser usado em uma sinopse (um pouco longa) sobre o decorrer dos filmes. Cara, você escreve muito bem , é de arrepiar, e para que vc entenda um pouco, esse post está no mesmo nível que o filme tratado no texto.

    Se tinha alguma chace do filme ser ruim, ao ler este blog, as pessoas se convenceriam do contrário.

    Descrevo assim: " É uma obra genial para todos os públicos e forte concorrente a melhor post de 2014 e de todos os tempos".

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  3. SS S: Muito obrigado, de verdade, vlw pelo apoio.
    ANT: O antigo é daqueles filmes muito bons, mas difícil de ver hoje em dia por causa da época. Tecnicamente esses novos são sem dúvida ainda melhores que o antigo.

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