quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Assassin's Creed: Revelations - Análise


A série Assassin's Creed é uma das séries de maior sucesso da atual geração de games e tem ganhado um jogo novo a cada ano. Esse título estava sendo muito esperado, pois fecharia a saga de Ezio Auditore, dando fim a um ciclo e começando outro. AC 1 foi bom, mas bem fraquinho, muitas de suas falhas se sobrepunham, já o II foi o sucesso que foi, Brotherhood foi ainda melhor, pecando apenas no enredo, agora chegou a minha vez de ver, qual é o resultado de Revelations.

Enredo


Assassin's Creed ganhou uma história muito grandiosa com AC II, já que todas as perspectivas do roteiro ficaram ainda maiores com esse título, que incluía vários fatores novos(e o I já tinha bastante). Por isso, o enredo é alvo de grande preocupação para os fãs de AC. Não há com o que se preocupar, esse roteiro foi o meu preferido de toda a série, provavelmente não é melhor do que o do II, que pegou todos de surpresa, mas na minha opinião foi o mais interessante de acompanhar. A história não está aquele fiasco que vimos em Brotherhood. Aqui você acompanha a última aventura de um idoso Ezio Auditore. O personagem evoluiu desde o último jogo, e por isso a aparição deste idoso não é apenas uma imitação do personagem Solid Snake de Metal Gear. Ezio mesmo mais responsável ainda tem muito de seu carisma. O objetivo de Ezio no seu período da terceira idade é conseguir sabedoria, ganhando acesso a biblioteca do grande Altair, protagonista do primeiro jogo, neste já morto há muito tempo. Para ganhar acesso a biblioteca, Ezio tem que achar as 7 Masyaf Keys, que estão espalhadas pela cidade de Constantinopla, muito bem escondidas. Esse é o principal, mas se tratando de um jogo da série AC, é claro que a história ainda se aprofunda além disso, e haverá bastante política, sociedade e cultura incluídos no enredo do jogo. Finalmente, a série ganhou a cinematografia que o enredo tanto merece. As cutscenes de AC II eram ruins, as de Brother melhoraram, mas não fazia muita diferença, já que o enredo era ruim, agora, este ponto alcançou a sua perfeição.

Ambientação


Em AC I e II tínhamos diversas áreas diferentes para conhecer, em Brotherhood havia uma só, a cidade de Roma, porém essa era enorme. Já Constantinopla, é a menor área de toda a série. Mas isso não trás pontos negativos para o game, já que as áreas devem trazer o necessário de acordo com o que a história do game exige. Além disso, a sociedade realista que marca a série AC continua presente, tudo bem-feito, cidadãos em suas rotinas, prédios extremamente bem-feitos, diversos tipos de pessoas, comerciantes, cortesãs e etc.

Cuide bem da sua cidade


Caso você tenha jogado Brotherhood, deve lembrar que entre as suas diversas novidades, havia a interação com a cidade. Você a upava, construindo e reformando pontes, edifícios, lojas de armas, roupas, remédios e etc. Isso continua em Revelations, porém, por algum motivo, nesse eu achei mais difícil de encontrar as lojas para reformar, não sei porque, mas se quiser evoluir nesse sentido e conseguir dinheiro para upar seus equipamentos, é melhor correr atrás dos pontos da cidade para melhorá-la, e não ficar esperando encontrá-los no caminho. Upar a cidade dá uma impressão evolutiva meio RPG, da mesma forma que no último game.

Novos brinquedos para matar


Dessa vez não tem tantas coisas novas como no último, na verdade o jogo é bem parecido com o Brotherhood, com algumas pequenas diferenças, vamos falar delas.

Hook Blade: Em AC II, todo geek teve um orgasmo-geek ao ver que Ezio teria duas hidden blades(calma, ninguém ejaculou, ao menos não eu, eu quero dizer que ficaram fazendo "Uuh's" enquanto sacudiam os dedinhos). Logo na magnífica introdução do jogo uma das blades quebra e aí você fica na mão(porque agora não tem mais blade! Tá, desculpa), mas logo ao chegar em Constantinopla, você fica sabendo da maior novidade no mundo dos Assassins, a hook blade. A hook blade serve para matar também, mas a novidade é que ela o ajuda a derrubar os inimigos, podendo passar correndo por eles sem dificuldades e serve para se locomover por fios pela cidade. Não fica muito animado não, é útil, mas é só isso.

Bombas: Esse é um dos maiores atrativos, agora Ezio pode construir bombas que servem de excelente maneira estratégica. Durante o jogo você achará em baús e corpos de inimigos, elementos para construir as bombas. Há uma variedade bem grande, elas vão te ajudar em grande parte do tempo. Você pode ajustar quando que as bombas vão explodir, com contato, contagem regressiva, como minas terrestres e talz. Você ainda pode fazer a área que você quer que ela afete, elas podem ser de fumaça, veneno, sangue falso, apenas explosões não-letais para chamar atenção, é muito legal.

Equipamentos antigos: Todas as armas dos outros jogos estão disponíveis. Há Hidden Gun, veneno, habilidade de lançar o veneno, a besta, machado, facas, armas pesadas como aquelas espadas enormes e etc. As melhores vão sendo habilitadas com o tempo, e aí você vai vendo qual que combina mais com você. Assim como antes, você também pode upar a sua armadura, que vai precisar de concertos depois de ficar gasta(Ezio tem classe, não vai sair por aí com o uniforme todo rasgado como o Batman de Arkham City).


3 personagens, uma história


Desmond


Desmond sempre foi o ponto fraco da série que a Ubisoft quer nos enfiar garganta abaixo. Em AC I você ficava andando que nem um idiota de um lado pro outro com ele, no II é que ficou bom, as únicas partes com ele eram legais, já em Brotherhood, a parte dele era a mais chata do jogo. Pois bem, no final do Brotherhood[SPOILER DO BROTHERHOOD] Desmond é possuído por Juno(ou pela maçã do Éden, não tenho certeza) e mata Lucy, depois disso tendo um colapso e entrando em coma[FIM DO SPOILER]. Agora você controla Desmond dentro de sua mente, no interior do Animus, numa ilha que parece o interior do Windows, a customização dela ficou muito bacana. Lá você conhece o Subject 16, personagem misterioso da série. As características de 16 para parecer um personagem ensandecido ficaram meio exageradas, mas tudo bem, vamos nos focar em Desmond. Para sair do seu "mundo de Bob" Desmond tem que terminar as últimas memórias de seu ancestral Ezio. Nos pequenos momentos que você o controla entre as missões, dá pra notar a frustação dele em ter feito o que fez no final do último jogo. Mas é claro que a Ubisoft não iria deixar só nisso, então temos missões com Desmond. A questão é que um dos colecionáveis na aventura de Ezio são Animus Fragment, após pegar vários, você vai habilitando missões de puzzle em primeira pessoa com Ezio, bem ao estilo de Portal. Nessas missões, você vai vendo uma narração do passado de Desmond que (finalmente) é revelado. Não é super legal não, mas é mais interessante e útil do que a participação dele nos outros jogos.

Ezio Auditore


O personagem está melhor do que nunca, ele está encarando a conclusão da sua vida, e a equipe conseguiu representar isso bem. A introdução do jogo é uma das melhores que eu já vi e já me deixou simpatizado com a versão velha do personagem na hora. Entre cada ato do jogo você vê Ezio escrevendo uma carta para sua simpática irmã mais nova, dizendo o que tem rolado de novo na aventura dele. Isso ficou muito legal, porque vemos o ponto de vista pessoal do Ezio, se aproximando mais do personagem.

Altair


Altair é um personagem que só acompanhamos no primeiro jogo da série, agora o vemos pelo ponto de vista de ser um personagem que se tornou lendário, essa mudança conseguiu ficar mais legal do que radical. Quando você encontra uma das chaves de Masyaf, você controla Altair em uma missão de algum ponto de sua vida, desde quando ele era bem jovem, antes de AC I, até quando ele já está um baita ancião, e cara, essa é uma das coisas mais legais do jogo. Acompanhar a história da vida do Altair é super legal, e a jogabilidade que eles colocaram em cada fase com ele ficou muito boa. Quando você estiver controlando um Altair assassino que parece um Gandalf da vida, você entenderá do que eu estou falando. Pelo ponto de vista da história, tudo ficou muito legal também, pois você conhece a opinião de Altair sobre seu convívio com a lgia do assassinos, com Al Mualim, o vilão do primeiro jogo, a sua família e tal.

Eles aprendem tão rápido!


Outro ponto de Brotherhood que voltou é a recruta de assassinos. Tá praticamente a mesma coisa, só que as missões para pegar alguns não se tratam apenas de matar guardas, mas de cumprir alguns outros objetivos. De resto tá tudo parecido, você vai os mandando em missões pelo mundo para evoluírem e etc. A única coisa que não gostei, é que no outro jogo você recrutava civis com experiência de combate que estavam se rebelando contra os guardas romanos, já aqui muitas vezes você verá Ezio recrutando maloqueiros poucos confiáveis das ruas. Após ter os assassinos recrutados, basta você apertar L2 e eles surgirão de qualquer lugar para te ajudarem, o antigo "Call The Assassins to Kill The Guards".

Jogabilidade


Você ainda vai ter que enfrentar aqueles velhos soldados de antes, com as técnicas parecidas, mas há pequenas diferenças, como alguns que são mais bem protegidos e não morrem de primeira nem com tiros! As partes de espionagem e ação continuam no mesmo estilo de antes, com as melhorias de equipamentos que eu já citei. Já as experiências que o jogo trás evoluíram, dessa vez não há mais as missões contra as máquinas de guerra, que eram uma das melhores atrações de Brotherhood, mas ainda há perseguições diferentes, aquelas áreas cheias de parkour para chegar nos tesouros escondidos, as missões com Altair, que tem uma jogabilidade mais diferente às vezes e etc.

Oh Den!


Os Dens são mais um elemento de Brotherhood que está de volta, são áreas da cidade dominadas pelo templário, que você deve dominar matando o seu general-líder, assim podendo fazer bagulhetes pela área, como recrutar assassinos e reformar edifícios. Caso você esteja com nível de procura no máximo(algo que acontece conforme você começa a "chamar a atenção" dos guardas), o seu Den pode ser atacado pelos templários e nesse caso você faz um clássico Protect the Tower para protegê-lo dos bastardos.

Online


Também tá praticamente a mesma coisa que o Brotherhood, ou seja, ótimo! Afinal, pra que mexer em time que tá ganhando? Afinal, o modo online de AC se destaca, por ter que usar o seu cérebro de maneira stealth e estratégica, algo raro nos modos onlines da maior parte dos jogos que você vê por aí. Pena que o meu é emprestado, e só posso jogar 3 dias online...


Conclusão- O que esse capítulo representa para a franquia Assassin's Creed?

Tinha muita gente achando que por se chamar Revelations, esse jogo traria um monte de revelações para fechar todas as dúvidas da história. Como eu não sou estúpido, eu sei que Revelações não precisa significar precisamente uma tonelada de revelações, por isso, acho que o enredo não deixou nada faltando. Nesse aspecto, o jogo fez muito bem, ao contrário de Brotherhood, é um capítulo importantíssimo para a história da série e não deixa nada a desejar se tratando de jogabilidade e estratégia, trazendo pequenas evoluções para a mecânica da série, que está conseguindo se manter sem se tornar cansativa. A saga de Ezio realmente acabou, assim como a de Altair, e acabou bem, muito bonito, o final ficou muito bom, mesmo eu achando o "boss" final meio tosco. Teremos mais uma aventura assassina esse ano, e dessa vez, não teremos Ezio, e sim um personagem que ainda não foi controlado por nós, só espero que a série não perca a linha, se tornando cansativa, e saiba manter o enredo cativante até que alcance a sua conclusão. Este jogo é mais do mesmo? Bem, há novidades, mas sim, ele se mantém da mesmíssima forma que os últimos, se você não gostava, não vai gostar agora, se gostava, vá fundo assassino, a aventura final desses assassinos está esperando por você.

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