segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O porquê do Kiss estar pouco se importando com as críticas


O Kiss fez uma turnê pelo Brasil passando por 3 estados, sábado foi vez de São Paulo, e lá estava eu. Pra mim o show foi uma grande ajuda em compreender como com tantas críticas, vindas inclusive de profissionais (como o Steven Tyler a pouco tempo) NUNCA fizeram com que o Kiss mudasse a sua forma de tocar ou se apresentar, sendo uma das bandas mais imortais que existe.


O show de abertura foi do Viper, primeira banda do André Matos que estava cantando medonhamente a pouco tempo atrás (chegando a sair do Angra), mas não sei o que houve e o carinha estava berraaaaando normalmente. Bem, apesar de quase ninguém por lá conhecer a banda, achei o show muito bom, não só pela apresentação dos caras, mas pelas músicas também serem muito boas, terminando com um cover de We Will Rock You bem interessante.


Chegando o horário do show, com pouquíssimos minutos de atraso, a tela começa a mostrar a banda chegando para o palco e rapidamente começamos a ouvir o som dos instrumentos sendo testados. Nessa hora o público já está gritando "KISS! KISS! KISS! KISS!" até que todos vão a loucura quando ouvem a voz: "ALL RIIIGHT SÃO PAULOOOOO", todos já sabem o que vem depois, e é aí que grande parte das 25.000 pessoas presentes para ver o show repetem a icônica frase de entrada, depois o pano cai, a banda toda desce por uma plataforma e o espetáculo se inicia com Detroit Rock City.



Logo de início já dá pra notar algo que continuaria pelo resto da noite, efeitos, MUITOS EFEITOS! O Kiss é famoso por isso, mas acredita-se que essa seja uma das turnês que eles mais estão investindo nisso. Fogos, fogo, explosões, muitos efeitos de luz, assim foi a noite toda. Logo ao terminar Detroit Rock City eles não deram pausa e já dobraram com Shout It Out Loud, a cada música as imagens dos telões mudavam de acordo com o tema, o que caiu muito bem com o solo de baixo de Gene Simmons seguido da música God of Thunder, onde víamos várias imagens de terror como gárgulas e etc.


Os membros da banda estão ótimos, durante as músicas Gene Simmons e Paul Stanley roubam a atenção do público, ambos se mostram bem a vontade no palco, fazendo o que sempre fizeram, Gene com sua língua e movimentos escrotos engraçados, e quanto a Paul, é sério, tenho que dar um destaque para ele. O Paul Stanley não para o show inteiro! Ele tem 61 anos, dançava em todas as músicas, pulou várias vezes, chegou até a dar uma cambalhota, isso tudo sem largar a sua guitarra, que foi devidamente destruída ao ritmo de fogos, a cada batida que ele dava no chão, no fim do show. Sendo incansáveis, a banda faz as mesmas apresentações que sempre fez, o solo de baixo de Gene continua o mesmo, mais virado para a teatralidade, o palco vira todo dele com uma luz verde sinistra e a groselha sangue que corre da sua boca, após isso ele vai para cima do palco de onde canta God  of Thunder junto a toda uma platéia extremamente animada.


O público foi menor do que de muitos shows, mas o público do Kiss tem seu respeito, é como se eles fossem um exército. Houveram pessoas que esperaram mais de 10 horas para estar lá na frente (o show começava às 21h30 eu estava lá pelas 2 da tarde... você não imagina o tamanho da fila). Um monte de gente de maquiagem, vira e cheira pessoas cantando clássicos do Kiss e citando momentos que provavelmente aconteceriam no show. Dava para ouvir o público cantar todas as músicas nas 1 hora e 40 de show, nunca perdendo a animação. Não houve divisão de pistas, o que me passou a impressão que o pessoal estava mais bem enturmado por causa disso (uma vez fui na Premium em um show e falei com um único cara, lá falei com bastante gente, tirei umas fotos que não sei onde vão parar...).


Monster


Bem... a turnê se chama por causa do novo álbum... Monster! O álbum foi muito bem recebido, sendo bem avaliado em todos os lugares, inclusive creio que o público não se importaria se tocassem mais algumas músicas dele no show. A 4a música foi o som que já nasceu como um hit, Hell or Hallellujah, aparentemente a maioria conhecia a música, no início o algumas pessoas não estavam querendo se animar, meio porque "essa não é dos clássicos" mas rapidamente várias pessoas pulavam cantavam e hey heyavam ao som, inclusive havia bastante gente que conhecia o álbum por perto de mim, eu os ouvi cantando junto comigo em todas as músicas. Logo depois de HoH veio Wall of Sound, também muito boa, e a última música do álbum a ser tocada foi Out Of This World, muito longe de ser uma das melhores do novo álbum, mas pelo visto o guitarrista Tommy queria cantar a sua música do álbum.


Logo depois de Outta of This World veio o solo de guitarra junto a bateria de Eric Singer, os dois meio que fizeram uma música, já que não foi aqueles vários sons impressionantes que os caras costumam ficar fazendo sozinhos. Tommy atirava fogos da própria guitarra, provando que os efeitos nunca são o suficiente hehe... e falando em surpreender, Eric Singer tirou uma B-A-Z-O-O-K-A e atirou em uns holofotes de luz lá que caíram no chão enquanto todo mundo gritava. Na música Psycho Circus, provavelmente a mais pesada da banda, onde a galera realmente ficou muito animada, Paul mostrou que realmente se anima mais de acordo com o público, pulando e dançando bastante em Psycho Circus. E antes que eu me esqueça, vou falar da voz do Paul Stanley, o que eu já queria ter escrito antes. Tem um grande povo que critica a forma que ele está cantando atualmente, inclusive ele fez uma cirurgia na garganta antes de começar a The Tour com o Motley Crue. Mas cara! Tem gente querendo que o cara com 61 anos cante que nem quando ele tinha 20, forma essa que ele conseguiu cantar até quando estava com mais de 50! É óbvio que a voz dele não é mais a mesma, mas... ele está cantando mal? Não.


Também foram tocadas War Machine, I Love It Loud entre outros clássicos da banda, em Love Gun Paul passou por uma tirolesa para chegar a uma plataforma no meio da arena até que uma hora o palco ficou reservado para Paul. O cara começou a tocar Staiway to Heaven... e aí ele perguntou "You wanna hear a Kiss song?". Tipo, é óbvio! Mas tudo bem, faz parte das brincadeirinhas dele com o público, aliás! Stanley deve ser o cantor mais puxa saco que existe, cheio de frases gravadas dizendo como São Paulo é especial e blá, blá, blá, o público gosta, mas chega até a ser engraçado, de qualquer forma, ele é ume xcelente frontaman e animou a galera toda para a próxima música que elvaria ao BIS. O povo todo cantou junto Black Diamond, muito bom, com a sua entrada lenta (que foi repetida 2x), seguida do ritmo mais rápido.


Chega a hora do bis, há pessoinhas com papéis escrito Forever, eles olharam e nem se importaram, ainda bem, muahahahaha. O povo quer pedir uma música e ao invés de pedir Heaven's on Fire vem pedir Forever???!!!! Eu até gosto de Forever, mas... p()%%@ esses casais tão sempre atrapalhando a minha vida, pra que pedir música lenta em um show tão agitado? Se você olhar a setlist verá que... Black Diamond deve ser a música mais lenta. Pois bem, eles voltaram, tocaram Lick It Up, que tem um solo ao vivo muito maior do que o de estúdio, foi muito legal, meninas nos ombros, todo mundo cantando, do jeito que tem que ser. Depois dessa veio a altamente criticada I Was Made For Love You, a letra pode até ser estúpida, mas é uma das melhores músicas deles, e deu pra notar que tanto eles quanto os fãs estavam pouco se lixando pro que dizem da música, cantando e pulando durante a música toda, sacudindo a cabeça, estavam todos se sentindo bem; a câmera fazia um estilo todo romântico para a música, deixando os olhos de Paul Stanley no telão principal como se ele estivesse se a letra fosse uma declaração de uma cena de um filme. Pra fechar... Rock n Roll All Night, não preciso dizer como é a música, certo? kkkk. Pois bem, nesse momento, os fogos são INTERMINÁVEIS, tanto em quanto a banda está no palco, com o papel picado voando, quanto quando saíram, de longe muito melhor do que os fogos de ano novo que temos. A impressão que dá é que queimaram todas as luzes e tá voando faísca pra todo lado delas. Paul quebrou sua guitarra, os outros membros da banda foram levados ao alto pelas plataformas, arrepiante, e mortal, porque sobreviver a aquele cheiro horrível de maconha, ficar sei lá quantas horas em pé sem comer e encarar uns dos maiores ícones do rock não é tão fácil, mas com certeza, não trás arrependimentos.


E por que o Kiss não se importa com as críticas? Eles com certeza pensam nos seus shows que só eles fazem, com os seu público que sempre vai a loucura, com um espetáculo incrível. Por isso em tantos anos eles não tiram suas fantasias inspiradas em histórias em quadrinhos, não deixam de fazer músicas ao jeito deles, não o perdem o seu estilo, e isso é o rock and roll. O Kiss é criticado diversas vezes, mas são roqueiros puros, porque fazem do jeito que gostam, e o resto... foda-se. Me permita pedir desculpa pro Steven Tyler aí, mas eu achei o show do Kiss melhor que o show dele ano passado. E mais, poucos passam Paul e Gene atualmente no palco, junto com Alice Cooper eles são a prova de que levando uma vida sem drogas eles ficam muito melhor nessa idade do que muitos outros, isso fica bem claro durante a apresentação, já que eles estão mais saudáveis do que seria normal... A única coisa sem-graça foi o Gene ter dito em entrevista que iam colocar mais clássicos na setlist, mas foi praticamente idêntica com a de Porto Alegre. E ei, você quer ver o show?  Então veja aqui:




Invejoso, haha. Mesmo com mais vendas e mais fãs... tsc, tsc, gostava mais de você antes Steven, pode apostar nisso.

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