domingo, 23 de dezembro de 2012

O Homem da Máfia


O Homem da Máfia. Um filme com o Brad Pitt que quase não está tendo propaganda. Por que será? O marido de Angelina Jolie "Pitt" faz vários filmes incríveis e é um queridinho da mídia, não concorda comigo? Clube da Luta, Bastardos Inglórios, Seven, Snatch; Pitt já provou diversas vezes não ser só um galãzinho. Então, por queeeeeeeeee não tavam falando do filme? Deu pra descobrir.


O filme junta máfia com poesia, o filme tem longas cenas de reflexão e às vezes simplesmente os personagens (todos vivem no mundo sujo) dialogando sobre coisas mundanas que não fazem diferença para o andamento do enredo. Há cenas onde começa a tocar Johnny Cash tranquilamente após você ver uma das coisas mais horríveis que podem acontecer a um homem na tela. Antes de falar mais da essência do filme, vou falar da técnica. Os atores são todos ótimos, todos, dava pra uns 3 ou 4 competirem para melhor ator do ano. A câmera é cheia de técnicas diferentes, às vezes simplesmente vai filmando de um personagem para o outro enquanto conversam, mas tem algumas cenas que você fica como um espectador ao vivo, como se estivesse sentado no banco de trás, ou como se você fosse a porta do carro por exemplo.


Todo o esforço do filme se encontra em ambientá-lo, te apresentar para o terrível mundo da máfia e te deixar familiarizado, por isso longa parte do filme é dedicada para diálogos dos personagens, o relacionamento entre eles, e como eles lidam emocionalmente com a vida criminosa. Eu nunca tinha visto um espancamento tão realista em um filme, o pobre homem começa a chorar, vomita, sai do controle, é terrível a tensão. Os poucos momentos humorísticos do filme vem de forma natural pela bizarrice das situações, como um criminoso sendo atingido por um carro por pura burrice ou coisa do tipo. A história é o menos importante, não é revelada no trailer, e não vejo porque falar aqui, ela simplesmente serve de ponte para as ideias que querem ser mostradas poderem passar. É como... Onde Os Fracos Não Tem Vez, caso você já tenha visto, o mais importante é a reflexão de diferentes temas, e não o enredo em si. Mas aqui os temas não são tão diferentes.


A cada momento, de forma irônica, após você ver alguma discussão quanto a um serviço criminoso, você ouve vindo de algum meio da mídia, um discurso esperançoso de algum presidente estadunidense, Obama também, falando sobre a excelente situação do país, como está tudo bem, e todos estão unidos em uma coisa muito bonitinha. Isso é batido o TEMPO INTEIRO! Até o último segundo do filme. Poderia apenas ser uma crítica para ficar sub-entendida, assim o filme ficando com isto como plano secundário, sendo a história dos criminosos mais importante, mas não! No final ele deixa a crítica ao cinismo da mídia americana bem na cara, mostrando que esse é todo o tema do filme e o porquê dele existir. E é também o porquê de quase não haver publicidade dele, não duvido que ele concorrerá a premiação nenhuma, ao Oscar com certeza que não, afinal esses filmes críticos ao sistema passam em branco, mas bem, estou falando dele aqui já. Só aviso que tem linguajar pesado e violência visual, além da temática que também é o mais pesado, mas gostei muito do filme.


Por fim, quase esqueço de dizer porque em inglês o filme se chama Killing They Softly (os matando suavemente). Faz parte de toda a ambientação, o filme não tem cenas de ação, ele mostra pessoas morrendo de forma bem lenta, enquanto toca Johnny Cash suavemente, como se fosse tudo uma coisa boa, mostrando vários ângulos da pessoa sendo baleada, ou seja, matando o infeliz, suavemente...

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